Da Cidade do México ao Rio de Janeiro, passando por Buenos Aires e Santiago – a poucas semanas da Copa América 2015, essa série especial de reportagens do Nike News aborda como o futebol jogado em espaços reduzidos continua a influenciar o desenvolvimento do esporte na América Latina.
Na América Latina, o Futebol é muito mais do que um esporte ou um hobby qualquer. Ele é uma paixão capaz de criar identidades nacionais, e que ajuda as pessoas a encontrar maneiras de se expressar, fazer amigos e criar um vínculo único com sua comunidade, independente do seu tipo ou classe social.
Durante o último século, a região foi responsável por moldar, com admirável consistência, alguns dos jogadores mais inspiradores e talentosos tecnicamente da história do futebol. E o segredo por trás desse fenômeno é mais simples do que parece:
Na América Latina, o Futebol começa com os jogos em espaços reduzidos, ou seja, com as peladas nas ruas de casa, nas quadras das escolas, clubes e prédios, nos campos de grama sintética, nas praias e em qualquer outro lugar onde uma bola é o único objeto necessário para instigar a imaginação. Assim, amizades e laços são criados, dando vida a uma comunidade democrática unida pelo esporte.
Nesta série de histórias dividida em quatro partes, jogadores profissionais, técnicos, figuras culturais e talentos amadores do futebol latino-americano fornecem referências que, de alguma forma, ilustram e justificam a rica herança futebolística que Cidade do México, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Santiago do Chile possuem, cada uma apresentando a relação intrinsicamente ímpar que seus cidadãos têm com o Futebol.
TALENTO E IMPROVISO
Os melhores jogadores da América Latina firmaram suas raízes nos jogos em campinhos e quadras com espaços reduzidos. Esse tipo de jogo faz com que eles desenvolvam a habilidade de controlar a bola e se movimentar com ela em velocidade, melhorando atributos como o controle de bola e a finalização em gol.
São os jogos informais, sem pressão e com a ausência de uma autoridade como a de um especialista que ajudam milhões de jogadores a aprimorar aspectos técnicos característicos do Futebol latino-americano. Isso porque eles são forçados a serem ainda mais inventivos com a bola, já que ficam com ela nos pés muito mais tempo do que poderiam se estivessem em um jogo de onze contra onze. É nessas partidas disputadas em diferentes tipos de superfícies que, em questão de segundos, os jogadores passam de marcadores a atacantes, o que torna inevitável o desenvolvimento de habilidades valiosas no futebol moderno.
“A popularidade do futebol excede a quantidade de espaço disponível para praticá-lo”, diz o Vice-Presidente de calçados da Nike Futebol, Max Blau. “Com a questão do espaço sendo um fator, o brilho preso dentro de milhões de jogadores acaba se manifestando onde eles têm liberdade para improvisar, deixando sua marca ao driblar e enganar um adversário”.
As características únicas dos jogos em espaços reduzidos, junto com referências vindas de vários lugares da América Latina, serviu de inspiração para a recém-lançada coleçãoNike FutebolX, que apresenta versões das inovadoras chuteiras da Nike, Magista e Mercurial, especialmente adaptadas para esse futebol do dia a dia.
Tanto a MagistaX quanto a MercurialX trazem a tecnologia Nike Grind, criada para áreas de alta abrasão e arrasto – o que garante maior durabilidade. Os modelos também contam com amortecimento para proteção dos pés contra o impacto em superfícies mais duras. A MagistaX tem uma sola intermediária de Lunarlon, assegurando alta sensibilidade; a MercurialX, por sua vez, traz amortecimento Phylon e um cano mais baixo. As duas chuteiras estão disponíveis em versões para quadras fechadas ou gramados artificiais, com solas externas adequadas a cada tipo de superfície e caimento ideal para partidas em espaços menores.
“Meu bairro é conhecido pelo Futebol e eu tenho orgulho de representar isso junto com os meus amigos. Quando jogamos, nós jogamos com honra. Ser parte do mesmo time por tanto tempo faz com que tenhamos muita confiança uns nos outros e em nós mesmos”, diz Zurdo, atacante e capitão do time de futsal de Tepito, da Cidade do México.
COMUNIDADE
Entre esses times de bairro, geralmente formado por cinco jogadores, as alianças e o entendimento entre os companheiros transcendem as quadras; a criação dessas equipes acaba sendo resultado da relação entre amigos de uma vida inteira ou membros da mesma família. Quadras e times são apenas uma razão ou um propósito para que essas pessoas enraizadas com certo local continuem conectadas umas com as outras, fomentando coletivamente um potencial talento.
Na cultura das “peladas”, o “antes” e o “depois” são tão importantes quanto o próprio jogo. Hoje, as mídias sociais conectam os jogadores e os times cada vez mais – criando laços que vão além das fronteiras das cidades e dos países.
“As ‘peladas’ são onde os jovens jogadores estão encontrando e definindo seu estilo de jogo. Conforme eles evoluem, amadurecem e se destacam como potenciais futuros craques esses estilos irão influenciar e inspirar uma próxima geração, e assim esse ciclo continua”, explica Blau. “A Nike vai continuar a liderar inovações específicas para as demandas desses jovens jogadores”.
Os jogos informais de futebol, usualmente disputados em espaços reduzidos, são o palco onde a realidade é deixada de lado e os sonhos ganham forma. A próxima geração do Futebol latino-americano, capaz de criar e definir o futuro do esporte, irá lapidar os talentos de uma história que, como diz a tradição, começa a ser escrita na “pelada” do dia a dia.
México
O Distrito Federal do México, ou ‘DF’, como é conhecido localmente, tem sido o coração do país desde o tempo dos Astecas, passando constantemente por transformações sociais, econômicas e políticas. Hoje ele é uma das maiores cidades do mundo, abrigando mais de vinte milhões de pessoas. Além disso, trata-se de um berço cultural famoso por sua vivacidade.
A capital é a casa dos três principais times mexicanos e de inúmeras equipes semiprofissionais, além de “sediar” incontáveis campeonatos amadores que estão de alguma forma inseridos na vida dos seus habitantes.
A medalha de ouro conquistada pelo México na cidade de Londres, em 2012, somada a convincente campanha da equipe principal no ano passado aqui no Brasil, deu aos mexicanos a esperança de que o sucesso em um grande torneio internacional de Futebol está mais perto do que muitos imaginam. Essa crença ainda é reforçada por um número cada vez maior de jovens e talentosos jogadores virando profissionais e disputando o campeonato nacional todo ano, como também por aqueles que vêm conquistando um lugar nas principais ligas da Europa.
Do torcedor de sofá ao aspirante a jogador, o ‘Fut” (Futebol) oferece a grande parte da população da cidade orgulho e, principalmente, um propósito. Todo dia centenas de milhares de crianças e adolescentes entram em quadra, ou na grama sintética, para aperfeiçoar suas habilidades e aumentar suas esperanças de se tornar profissional.
Seja antes do trabalho, seja depois da escola, todos os dias, principalmente nos fins de semana, os campos, ou ‘canchas’, como eles são chamados pelos mexicanos, estão cheios. Com variadas formas e tamanhos, e todos os níveis de habilidade, nesses lugares qualquer um pode jogar, basta querer. O Futebol no México é, de fato, uma das poucas coisas capazes de uniformizar e homogeneizar pessoas e comunidades de uma cidade conhecida por enormes contrastes.
“Nos jogos em espaços reduzidos, você é forçado a improvisar para criar oportunidades, você precisa ser criativo para marcar gols. Você também fica mais tempo em contato com a bola, o que te dá mais oportunidades para fazer a diferença no jogo. No México, é assim que a maioria de nós começa a jogar futebol, porque é possível jogar em qualquer lugar”– Raúl Jiménez, Atlético Madrid
Na Cidade do México, um número considerável de “peladas” em geral e campeonatos amadores são informais e não possuem relação com a Associação de Futebol Mexicana. Mesmo que torneios organizados e campeonatos oficiais estejam em boa fase, os jogos em espaços reduzidos dominam a cultura das “peladas”, com jogadores geralmente defendendo diferentes equipes, diversas vezes por semana, e em vários lugares da cidade. ‘Futebol em qualquer lugar, a qualquer hora’ é o mantra da Cidade do México.
“Para os mexicanos, o Futebol está no nosso DNA. Para mim, é um estilo de vida. Você pertence a esse mundo e sempre vai pertencer. Eu gosto de assistir todo tipo de Futebol para ver os novos talentos se destacando no Campeonato Mexicano, ou simplesmente para ver pessoas jogando nas ruas. Não importa onde eu testemunho um golaço, ver um sempre me dá arrepios”.
Aqui nas “peladas” do México, há um foco maior na técnica do que no preparo físico. O jogo é rápido, fluído e inventivo, produto de uma cidade cheia de quadras de concreto e campos de grama sintética, além das centenas de clubes e outros lugares fechados que contam com o mínimo de estrutura necessária para jogar Futebol.
Estilos de jogo e tipos de superfície como esses foram a principal fonte de inspiração para a criação da nova Coleção Nike FutebolX, principalmente o modelo MagistaX, desenvolvido exclusivamente para aquele tipo de jogador criativo responsável por ditar as jogadas e o ritmo do jogo. A chuteira também conta com amortecimento para proteção dos pés contra o impacto em superfícies mais duras.
“Futebol é improvisação, não é algo coordenado. Tudo que você pode fazer é procurar a melhor opção e ir atrás dela. Dentro de campo, você pode fazer qualquer coisa que faça você se sentir bem, qualquer coisa que te traga felicidade, como marcar gols, fazer belas jogadas e derrotar o seu rival”, Mauricio Villanueva, técnico do Tepito FS
TEPITO FUTSAL CREW
Durante os últimos anos, o Tepito tem sido um dos times amadores de futsal mais admirados na Cidade do México. Trata-se de um time que ganhou várias competições locais desde que foi formado há 5 anos atrás.
Alain Villanueva “Zurdo”, Eder Giordana, Miguel Giordana, Jordi Serrano, Alejandro Aldair and Osvaldo Umaña Segura e o seu técnico Mauricio Villanueva formam a equipe de Tepito, um bairro localizado bem ao lado do centro histórico da cidade. Tepito é conhecido por seu grande mercado e sua alta capacidade de revelar atletas. Para se ter uma ideia, um número considerável de boxeadores, lutadores e jogadores de futebol famosos foram descobertos nesse lugar.
Para os jogadores do time de futsal de Tepito, os jogos em espaços reduzidos dão a eles a oportunidade de jogar o esporte que eles amam, mesmo se eles não tenham mais chances de se tornarem profissionais.
O estilo de futebol deles carrega muitas das habilidades necessárias para sobreviver e crescer numa cidade tão grande como esta. Improvisação, otimismo e vontade de colaborar, somados ao fator do desafio, são as principais características do capitão da equipe, Zurdo.
Só é necessário alguns segundos vendo Zurdo jogar para identificar sua habilidade com a bola, que fica evidente à medida que o garoto exala confiança driblando os adversários, colocando os companheiros na cara do gol e, principalmente, liderando sua equipe durante todo o jogo.
Em 2011, depois de ser um dos três vencedores de um torneio com 45,000 jogadores, Zurdo representou o México na Inglaterra numa competição organizada pela Nike chamada “Os Procurados”. Sua conquista o levou até o estádio de Wembley, em Londres, onde ele mediu forças contra outras promessas do futebol mundial.
“Eu tive a chance de virar professional num grande clube do México quando era mais jovem, mas acabou não dando certo”, conta Zurdo. “Isso não me impediu de continuar trabalhando duro para melhorar, e os jogos de ‘cinco contra cinco’ são perfeito para ir atrás dessa melhora”.
“Hoje, com a maneira como o Futebol é festejado nas mídias sociais e o aumento do número de campeonatos de jogos em espaços reduzidos, eu acho que mais oportunidades virão. Meu sonho é virar um grande jogador de futsal e, quem sabe um dia, jogar pelo México”.
A COMUNIDADE DO FUT
Para Zurdo e seus amigos, a noção de comunidade que as “peladas” proporcionam vão além das amizades, da família e do seu próprio bairro.
O fenômeno das mídias sociais, combinado à proliferação dos smartphones, significa que agora os grandes lances que acontecem dentro de campo também podem ser vistos para sempre na internet e, assim, despertar o interesse de milhões de pessoas, e não só dos jogadores e dos times.
As mídias sociais permitem que times e jogadores de uma cidade tão grande quanto a Cidade do México possam achar uns aos outros facilmente, podendo assim se conectar e organizar jogos e campeonatos amadores ou informais. Isso possibilita a criação de uma rica e orgânica cultura de “peladas”, onde times jogam por orgulho e autoafirmação.
A exposição gerada pelo meio digital também faz com que aquilo que acontece dentro de campo desperte ainda mais competitividade nos jogadores, já que eles buscam sempre fazer algo mais impressionante do que seu adversário na esperança de obter mais visibilidade. Afinal, eles sabem que a chance de técnicos e olheiros os enxergarem é ainda maior com o advento da internet.
Na Cidade do México, a cultura das “peladas” e dos jogos informais, geralmente disputados em espaços reduzidos, deve ser cada vez mais respeitada. Isso porque a tendência é que os jogadores de hoje precisem ser atraentes tanto dentro, quanto fora de campo.
Da Cidade do México ao Rio de Janeiro, passando por Buenos Aires e Santiago – a poucas semanas da Copa América 2015, essa série especial de reportagens aborda como o futebol jogado em espaços reduzidos continua a influenciar o desenvolvimento do esporte na América Latina.
Acompanhem-nos nas redes sociais:
Fan Page: Camisas & Chuteiras / Facebook: Camisas & Chuteiras
Twitter: @Camisa_Chuteira e @vitimmarins
Instagram: @camisasechuteiras e @vitimmarins
e-mail: camisasechuteiras@hotmail.com